Com fotografias simbólicas, o ensaio é um convite para a reflexão sobre a vida que criamos com os objetos que decidimos guardar conosco procurando manter nossas memórias, nos reconectar com nossas raízes e reforçar nossa identidade.
Mediante a apropriação de imagens antigas de família e também de alguns objetos recuperados do meu país de origem em algumas viagens ao longo dos últimos 15 anos, tenho procurado aprofundar na ideia de enxergar algumas coisas como objetos de estimação e amuletos de segurança e de identidade.
Considerando que moro longe de minha família peruana tenho começado a me empoderar e a reforçar minha identidade - de mulher migrante - com os objetos que carrego comigo ao longo dos anos. Assim, roupas antigas, anéis de minhas avós falecidas, brincos de minha bisavó e de tias, sapatos velhos e fotografias antigas procuram falar de memórias afetivas na presencia e nas ausências.

O REENCONTRO DAS MEMÓRIAS surgiu como parte da uma profunda reflexão durante o primeiro ano de pandemia e quarentena. Ano que roubou por completo a sensação de segurança que eu ainda tinha e que me fez aprofundar na real importância das nossas raízes e das nossas conexões.

Assim, em 2020 fiquei sem trabalho, com medos e longe da minha família peruana, com todas as incertezas que o planeta viveu, e ainda vive, e com grandes períodos de tempo para a introspeção.

Onde estou? 
O que estou apagando de minha vida sendo migrante? 
O que estou perdendo longe da família peruana? 
De onde sou? 
Porque fico ferida quando me perguntam de onde eu sou?
De onde eu sou? 
Porque carrego comigo coisas antigas ou velhas da minha família? 
Qual é o significado real desses objetos? 
São esses objetos os que ainda me conectam com minha identidade?

Este ensaio tem se transformado na ideia inicial para um projeto maior onde abordarei, com a mesma estética e algumas outras experimentações visuais, a vida a través dos objetos e fotografias que acompanham as pessoas migrantes ao longo de suas vidas.

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